segunda-feira, 15 de março de 2010

HOMENAGEM A MINHA MÃE


Na plenitude de uma mulher,
Como se fosse
um misto de flor e de fruta,
um semblante majestoso,
Uma estrela universal,
uma purificada rosa,
uma abençoada maçã...

Em campos
cobertos de lírios,
tuas dores,
teus delírios
são preces,
são ensinamentos registrados
em cada fio de cabelo prateado.

Eu sou o fruto primogênito,
do teu ventre, mãe universal.

HOMENAGEM AO MEU PAI


Meu pai, meu pai.
Quantas recordações
acumularam-se em minha cabeça!
Éramos como duas crianças felizes
pelos caminhos orvalhados da roça.
Tu ias à frente
e eu atrás.
Tu abrias as porteiras
de arame farpado
e juntos passávamos
como dois andarilhos...

Meu pai, meu pai.
Era mais um dia de trabalho,
os nossos corpos cansados,
as nossas calças enegrecidas de picão,
como fadigavam as nossas pernas!

Retornávamos a casa ao entardecer.
Tu carregavas um pau de lenha
sobre os ombros
e eu um saco de milho as costas.
A cada passo que andávamos
a carga ficava mais pesada.
Ainda bem meu pai que as sombras
de frondosas mangueiras descansávamos.

Meu pai, meu pai.
Sob a luz da lamparina
eu era saciado
pelas histórias de tua vida.

Meu pai, meu pai.
Um novo dia amanhecia
e lá retornávamos nos
pelos caminhos
abençoados da roça...
Que saudade meu pai
do cafezal florido,
do milharal embonecado,
do arrozal cacheado,
dos pés de laranja lima,
do ranchinho de sapé
da mina d’água lá no grotão
e daquela enorme figueira
onde os pássaros cantavam.
Cantavam, meu pai.
Hoje não cantam mais.

Meu pai, meu pai.
Lá bem distante
onde era o nosso roçado
ainda se planta saudade.

SAUDADES DO CERNE


Oh! Que saudades das paineiras,
da varanda hospitaleira,
do casarão da vovó
era eu, o Luiz e o Zé
no terreirão de café
ninguém ficava só.

Oh! Que saudades do cafezal florido.
Dos milhares de sonhos coloridos
e do sino da capela a tocar.
Era o enigmático sacristão
chamando o povo para rezar.

OH! Que saudades do caminho da roça,
das pedras e da carroça,
das mangas rosa e espada.
Da escolinha amarela,
tão pequena e tão bela
bem na beira da estrada.

OH! Que saudades do morro do Gabriel,
das goiabas doces como mel
e do pão caseiro da tia Piedade.
O tio Manuel historiava,
o tio Américo rezava,
ambos já partiram para a eternidade.

HOMENAGEM A PRIMEIRA PROFESSORA


Ave Maria,
Maria perpétua,
Perpetua Maria...

Ave infinita,
ave eterna.
Maria Perpétua
Perpétua Maria.

Ave Maria,
Maria eterna,
Perpétua de paz.

Ave Maria.
Caminho de luz,
cascata de amor,
fonte de energia,
de o verbo saber...

O que eu sei Maria
contigo aprendi.
Maria Perpétua,
eterna até no nome!