quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CASINHA PEQUENA


Casinha pequena,
casinha pequena.
Ao lado da bica d’água,
perto de um riacho
onde as saracuras cantavam:
Quebrei três potes,
quebrei três potes...
Quantos potes as saracuras
teriam quebrado
na cabecinha tenra
do menino poeta?

Casinha pequena,
casinha pequena.
Ladeada pelo paiol de milho
e o forno caipira
onde um pão caseiro fumegava...
Que gostosura!
Quanta fartura!

Casinha pequena,
casinha pequena.
A última da colônia.
Jamais me esquecerei
do fogão de lenha,
do banco de madeira,
das lamparinas
e do colchão de palha.

Casinha pequena,
casinha pequena.
Os porcos grunhiam no chiqueiro,
as galinhas cacarejavam no terreiro,
as vacas mugiam no curral
e o vento soprava
nos galhos da paineira.

Casinha pequena,
casinha pequena.
Tão aconchegante,
tão modesta...
Do tamanho do mundo
hoje é a minha saudade.

Casinha pequena,
casinha pequena.
Os ingratos
que te levaram ao chão
destruíram sem piedade
um marco histórico do poeta.

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